Com este vídeo quero agradecer ao professor António Monteiro, a importância de todos os documentários que nos mostrou e aconselhou a ver, porque fez me ver com mais emoção e entusiasmo e de uma forma diferente o mundo cultural e social em que vivemos, o professor António Monteiro ensinou-me que devemos estar alertas e interrogarmo-nos sobre o nosso mundo e sobre as informações e conhecimentos que temos dele. Aprendi que a História como um campo de saber multi-paradigmático é fascinante e pode dar-nos a Paz que precisamos para viver.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ao meu trabalho sobre os Portugueses e o Mundo chamei-o de "Ser simples é complicado", foi inspirado pelo positivismo e Fé no povo português do professor Agostinho da Silva considerando que esse positivismo e amor estão em toda a sua obra, deixo aqui excertos do livro mais conhecido do Mestre Agostinho. Mas o outro lado o lado em que olhamos para nós com severidade e alguma tristeza, eu introduzi uma parte de uma carta de Eduardo Prado Coelho que foi um escritor e professor universitário.

“Ser Simples é Complicado” filme sobre os TUGAS

No inicio da apresentação do meu trabalho tive o prazer de oferecer um CD com o meu filme “Ser Simples é Complicado” e a letra desta musica de Jorge Palma.
Quero dizer á turma, a esta turma a minha turma aos meus heróis que ao dar-vos a letra da música do filme que fiz, não é para a cantarmos em uníssono, mas apenas para perceberem o que penso sobre os Portugueses, no fundo o que penso sobre nós.

Penso que somos capazes de mudar o mundo de transformar desgraças em virtudes, o desemprego em óptimos momentos de prazer.
Desejo que a nossa estadia na ATEC não seja apenas um curso de formação profissional mas sim um Passeio dos Prodígios.

(Jorge Palma)

Vamos lá contar as armas

tu e eu, de braço dado

nesta estrada meio deserta

não sabemos quanto tempo as tréguas vão durar...

há vitórias e derrotas

apontadas em silêncio

no diário imaginário

onde empilhamos as razões para lutar!

Repreendo os meus fantasmas

ao virar de cada esquina

por espantarem a inocência

quantas vezes te odiei com medo de te amar...

vejo o fundo da garrafa

acendo mais outro cigarro

tudo serve de cinzeiro

quando os deuses brincam é para magoar!

Vamos enganar o tempo

saltar para o primeiro combóio

que arrancar da mais próxima estação!

Para quê fazer projectos

quando sai tudo ao contrário?

Pode ser que, por milagre,

troquemos as voltas aos deuses

Entre o caos e o conflito

a vontade e a desordem

não podemos ver ao longe

e corremos sempre o risco de ir longe demais

somos meros transeuntes

no passeio dos prodígios

somos só sobreviventes

com carimbos falsos nas credenciais

Vamos enganar o tempo...







Apresentação do filme "Ser simples é complicado"

Ser simples é complicado. Este é um trabalho sobre os Portugueses e o mundo, quero apenas referir antes de visualizarem o filme que fiz que o meu poder de síntese não é bom e que existem milhares de Portugueses mortos e vivos que podiam ser personagens deste meu trabalho, Ser simples é complicado referia-se á personalidade dos Portugueses de uma forma geral. Por uns, compreendida e amada, por outros, muito apupada, mas a ninguém indiferente. O menino pobre referido neste filme é Dionísio Pinheiro nasceu em Águeda a 24 de Setembro de 1891. Era oriundo de uma família muito pobre que estava ligada ao Sacristão. Fez os estudos primários na escola do Adro em Águeda e, ainda em rapazinho foi para o Porto trabalhar para os armazéns Cunha, na Praça dos Leões, casa que ainda hoje lá existe. Ao longo da sua vida, teve uma intensa actividade comercial e industrial, que lhe permitiu constituir um valioso património artístico e dedicar-se a acções de caridade, sobretudo na sua terra natal. Dionísio Pinheiro e a sua mulher, Alice Cardoso Pinheiro, dedicaram, assim, muito da sua existência a coleccionar obras de arte, que enriquecem hoje a Fundação Dionísio e Alice Cardoso Pinheiro, que se assume na cidade de Águeda como um centro de arte e cultura. O Filosofo português Eduardo Lourenço aparece neste filme a falar sobre a imagem e a palavra, no entanto o que ele está fazendo é uma crítica ao meu trabalho, só no fim do filme estar concluído compreendi que palavras e imagens são uma antítese, é como se tivesse passando duas mensagens em vez de uma, tudo isso porque abusei das palavras. O local onde o avião caiu é Camarate, outro local importante neste filme é o largo do Carmo. Quero também destacar três personagens que são muito importantes para mim o Professor Agostinho da Silva os escritores José Saramago e António Lobo Antunes.

Espero que gostem

"Sete Cartas a um Jovem Filósofo" Professor Agostinho da Silva

Mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus

Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence

São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de não se conformarem

Só veneramos uma justiça que eleve o homem e seja a condensação de interesse benévolo que os outros homens têm por ele; só é justa a lei que lhe dá a possibilidade de se tornar melhor.

É a posse mais terrível de todas, a escravatura mais completa, aquela que uma obra exerce sobre o seu criador. (...) Se você for um criador não dará a felicidade nem a si nem aos que estão imediatamente à sua volta.

Como criador é-se egoísta; sempre egoísta, o mais possível egoísta; talvez, de resto, o egoísmo seja aparente; talvez o artista, em vez de dar a um, se esteja reservando para dar a milhões.

Quem fala de Amor não ama verdadeiramente: talvez deseje, talvez possua, talvez esteja realizando uma óptima obra literária, mas realmente não ama; só a conquista do vulgar é pelo vulgar apregoado aos quatro ventos; quando se ama, em silêncio se ama

A lógica é uma fidalguia: é preciso trazê-la bem, sem uma falha. Mas a lógica é uma fidalguia tão grande que nunca se consegue trazer bem

Toda a vida bem vivida, harmoniosamente vivida, vivida sem faltas, sem manchas, com felicidade, com serenidade, é uma vida medíocre. Tudo o que passe do medíocre tem em si o excesso e o erro

A mulher está muito perto da Natureza; há nela os mesmos encantos e os mesmos perigos

Artigo de Eduardo Prado Coelho Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta. Precisa-se de matéria prima para construir um País Eduardo Prado Coelho - in Público A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país: -Onde a falta de pontualidade é um hábito; -Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. -Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos. -Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. -Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. -Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe médiae beneficiar alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame. -Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. -Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. -Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa ? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados ! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa ?... MEDITE ! EDUARDO PRADO COELHO